Wednesday, March 7, 2007

Caro olio di oliva

Numa das curvas da estrada, piso em bom estado e paisagem em redor a justificar o fascínio que a Toscânia desperta nas almas sensíveis, despedimo-nos do Castello di Nipozzano, dos Marqueses de Frescobaldi, que domina toda uma encosta de olival, agora dourada pelo fim de tarde. As pequenas árvores centenárias sobre um fundo de erva viçosa acentuam mais a imponência desta espécie de palácio, em cujas caves se alinham, na escuridão e temperatura adequadas, barris de madeiras diferentes, que darão ao vinho que contêm em estágio o seu aroma especial, a decifrar mais tarde por especialistas. Na Toscânia é assim, azeite e vinho associam-se numa mistura de bons gostos e de hábitos ligados á terra.
O elogio da qualidade no azeite italiano faz-se de detalhes subtis (…).
Ao serviço do azeite (sem ironias), alguns instantes memoráveis: a visita ao Lago di Garda, na Lombardia, em cuja margem se situa o pioneiro Museo dell’Olio d’Oliva; a viagem de carrinha entre Verona e Florença (sabe Deus porquê); o casual cruzamento com uma das maiores manifestações anti Berlusconi, ordeira e festiva; os traços de qualidade do restaurante Ricchi e a fartura ruidosa do I Latini, ambos em Florença (consta que Rui Costa frequentava este último, quando jogava no Fiorentina). E um certo “tiramisú”, talhado nos céus.

Fonte: Revista Xis

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