Pouco me importa quem o disse ou quem o sonhou, e muito menos quem o escreveu. De qualquer forma, acedo e aprovo tão simpática eloquência à tríade alimentar dos povos e dos locais onde vinga a oliveira – e onde o sol, os prazeres da sesta e da volúpia do corpo acrescentaram também outros agrados não menos aprazíveis… Estamos na Terra Quente Transmontana!
O autor desta crónica pede, desde já, perdão ao comensal de circunstância pela utilização do azeite nas comidas mais sensatas e solicita a autoridade e a protecção dos sábios que fazem da prática do azeite – não uma insólita extravagância, senão a consequência de uma solene e unânime convicção. Aliás, o aroma dos guisados, o pico dos caldos, o capricho dos assados, as birras dos estrugidos, os mimos dos grelhados, o erotismo das saladas, o brio dos molhos ou a vaidade dos comeres mais abelhudos e das patuscadas mais folgadeiras – não desobrigam, nem aliviam o argumento de que comer sem azeite, é comer miudinho...e comer sem «Azeite de Trás-os-Montes», mais miudinho é!
António Manuel Monteiro
Grão-Mestre da Confraria dos Enófilos e
Gastrónomos de Trás-os-Montes e Alto Douro
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